Já ando há uns dias com vontade de dar uma reviravolta em algumas coisas, mas talvez devido à má organização do tempo, ao pensar e meditar sobre mudanças arquitectónicas que vão ser feitas cá em casa, à adaptação a uma nova empregada doméstica (caraças com carro e melhor que o meu Fiat Punto!), o tempo não tem dado.
Acho que deveria mudar o visual do meu "cantinho", deveria vir aqui mais vezes para descrever
situações que me deixam alegre, pensativa, optimista, chateada, relembrar pessoas e locais que tanto me marcaram, contar episódios que me fazem ver como a vida, no seu dia a dia, me dá licções, ensinamentos, e até mesmo partilhar "quais" fenómenos do "Entroncamento" de que tenho a sorte ou o azar de ser uma das personagens!
No fundo, no fundo, tornar-me "leve".
Acho que já fiz o "click" e agora é ir em frente! Lembro-me que dantes, corria para o computador para registar algo, dava comigo muitas vezes a sorrir ou até mesmo a rir, de situações que aqui queria mencionar, de relembrar ocasiões ou pessoas que me são muito queridas! E se não tinha o computador à mão escrevia logo no meu livrinho de apontamentos!
De há uns meses para cá, e apesar da minha vida ainda me proporcionar tudo isso, penso: amanhã escrevo. E de "amanhã" em "amanhã" as semanas vão passando.
Sentava-me em frentre ao ecrân e bloqueava sómente pelo receio de não deixar transparecer algo que me começou a preocupar e, de preocupação em preocupação, fui-me "resguardando" porque tento sempre evitar queixumes, pieguices pois considero que a vida tem-me sorrido sempre e, mesmo nos momentos mais difíceis, conseguiu-me mostrar e valorizar o lado positivo das situações.
Desta vez, a partir de Maio, comecei a ser confrontada com um "quadro" que eu tudo faria para o ultrapassar mas que era irreversível. Teria que o aceitar e tentar minimizar a preocupação, a tristeza, de pelo menos aqueles que me estão mais perto: a família.
Confesso que me foi difícil, doloroso até, ter a "cabeça" na guilhotina, mas esse sofrimento fez-me crescer e ver que assim não poderia continuar. Se vou ficar tetraplégica não devo esperar "sentada"! Sinto na verdade que já o corpo manda mais em mim do que eu nele, mas eu não sei o tempo que esta "luta" vai durar: uns dias, uns meses, uns anos? Nem eu nem ninguém!
Por isso tenho que seguir em frente e, já que algumas coisas vão ser alteradas, eu também irei alterar aquelas que me ajudarão a ser um exemplo da vida: nada se perde, tudo se transforma"!
O "click" está feito!
2 comentários:
Minha querida!
Há muito que imaginava que algo se passava, mas não tinha coragem para te falar. E, como de costume, és sempre tu que nos surpreendes com a tua força e vontade de viver. Quem escreveu estas palavras é bem a B. que eu conheço! Um grande beijo para ti e não deixes de escrever, porque eu já não passo sem vir espreitar este cantinho.
Querido anónimo,
Como tu, muitos amigos não têm tido a coragem de abordar este assunto: telefonam, mandam mails, estão presentes, sinto por vezes as vozes embargadas, mas como tu sabes, eu nunca tive a sensação "coitadinha"! Acontece e tento procurar a forma de dar a volta. Se me falarem abertamente, abertamente falo. Por isso é que fiz este post para dizer que a Becas, a Bacouca, a Ana (caraças até em nicknames tenho tantos!)está pronta para continuar a viver a vida com alegria, com humor e com coragem. E sabes porquê? Porque eu mereço pela família , pelos amigos e pela vida que tenho!
Mil beijos
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