Seguidores

domingo, 31 de maio de 2009














NÃO PERCAM ESTA LEITURA, ESTAMOS A VER A ACTUALIDADE..............!



Ricardinho
não agüentou o cheiro bom do pão e falou:

- Pai, tô com fome!!!

O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!


Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imed iatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...

Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá....

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de
pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...


Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando....

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...


E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro.. .

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...


Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista....

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço... Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'

(História verídica)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A VIDA TAMBÉM TEM DESTAS

Estava ao computador na clínica quando, por detrás de mim, oiço uma voz:
- Boa tarde. Dá-me um minuto para lhe mostrar os artigos que estamos a promover?

Girei a cadeira ao mesmo tempo que também girava na minha cabeça a tão "estafada" lengalenga - É barato Sra. Aproveita! Fica com um.

Em cima da secretária estava um peluche e ao lado um molhe de meias para homem.

Nesse momento olhei para a pessoa e ainda hoje sinto os sentimentos que me invadiram em catapulta: preplexidade, alegria, incerteza.

Ele começou a falar da empresa, o que estava a promover e eu fixava os olhos naquela cara até que consegui reagir:
- Caraças, como é que adivinhou que vou ser Avó? Não me diga que trouxe isso directamente de Macau para me mostrar?

Agora era ele que olhava para mim espantado e só conseguiu articular:
- Desculpe, não estou a perceber....
- Eu até posso estar com mais cabelos brancos e com mais rugas de "expressão" e você até pode sómente ser o irmão gémeo de uma pessoa que conheci em Macau!
-Mas eu estive em Macau.
- Aí sim? Então só pode ser o P.A.!

Neste momento e em milésimos de segundos os seus olhos encheram-se de lágrimas que lhe caiam pela cara abaixo e como foi tão forte o abraço que demos! Tinha-me reconhecido.

Durante uns minutos as perguntas e respostas sucederam-se em alavanche! Trocamos telemóveis e eu comprei-lhe o peluche. Ficava alí o resto da tarde mas os utentes iam entrando e juramos que não voltariamos a deixar passar novamente 20 anos para nos encontrarmos.

Fiquei aturdoada porque revivi tão intensa e rapidamente momentos gravados há muito na minha memória, pela confusão sobre interrogações e neste caso, evidências, das voltas que a vida pode dar e pela emoção que senti e ainda sinto, ao pensar que um relacionamento amigo de 3 anos durou 20 anos sem nunca mais sabermos nada um do outro!

Penso deixar "esfriar" este encontro dando tempo à lucidez para puder descrever, sem que só os sentimentos interfiram, quem é o P.A. Acho que vale a pena!!!

domingo, 24 de maio de 2009

Quero atribuir este selo a três dos muitos blogs que tanto gosto e que acompanho.
É a minha primeira entrega e por isso resolvi usar um critério. Haverá até um selo só para um blog, mais blogs com selo, mas a verdade é que tinha que começar por uma ponta!.

- Di norte a sul ;
Retrata a dedicação, as dificuldades, a luta de uma enfermeira consciente da sua profissão e que deveria ser um exemplo a seguir;

- O Cantinho da Luzcia;
Retrata peripécias, dúvidas, pensamentos de uma mulher corajosa, humana e tranquila, que pôs a sua vida em risco para ser Mãe;

- Crónicas do Rochedo;
Retrata e divulga temas de diferentes áreas com base em estudos, investigação ou sob o seu ponto de vista de uma maneira honesta como deveria ser feito todo o jornalismo em Portugal.

sábado, 23 de maio de 2009

GLOBALIZAÇÃO



Confesso que tenho dificuldade em perceber bem este tema: a teoria conheço-a mas a sua concretização?

O que se tem feito de concreto, depois de toda a teoria para a tornar uma realidade? Este video para mim,representa bem, o conceito que eu tenho deste termo tão baladado: globalização. Se visse este exemplo em muitas outras áreas aí sim, ficava feliz e dizia sem receio de errar: como é importante!

É que de teorias estou eu e o Inferno cheio!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

BEM HAJA E OBRIGADO MÃE!!!



Como é difícil sintetizar tanto para dizer, para lembrar, para agradecer!

O meu dia de hoje foi todo dedicado a si Mãe, dia em que fazia anos.

Como sempre e hoje ainda mais, tentei imitá-la.

Acordei logo com um sorriso nos lábios, arranjei-me o melhor que soube para minha satisfação, cumprimentei e falei com todas as pessoas que se cruzaram comigo e que me conhecem, com todo o tempo do mundo para as ouvir, consolar, e elogiar, tagarelei com a minha filha mostrando como tudo pode ser simples e bom, alegre e feliz e, mesmo que surjam circunstâncias adversas pudemos dar-lhes um sentindo positivo.

Trabalhei feliz mesmo sabendo que durante tantos anos nunca precisei de o fazer. Transformei o cansaço em força.

Lutei pelo dia, amei o dia e conclui que feliz que eu sou por ter tido uma Mãe que diáriamente e durante tantos anos fez disso o seu lema e que, com tanta simplicidade me tentou ensinar.

Luto e continuarei a lutar para ser merecedora desses ensinamentos para que, como herança, também os possa transmitir aos meus filhos.

Bem haja e obrigado MÃE!!!

O quanto gostava deste filme. Deixo-lhe a música como simbólico presente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

CASULA!!!

Vi-a sempre de longe até que um dia, para minha grande surpresa, entrou-me pela porta de casa.

Era uma menina bonita, meiga e educada. Tinha uma postura que já na altura, era difícil de encontrar em adolescentes.

Pouco a pouco começamos a criar laços fortes entre as duas apesar da diferença de idades. Passou a ser mais uma amiga, a filha mais nova, a casula!

Desabafei com ela; contei-lhe segredos; fui consolada em momentos difíceis que passei; ri, sonhei e chorei com ela. Foi a sombra, o amparo e a continuação de algo muito precioso para mim.

A vida, com as suas voltas e reviravoltas apanhou-nos a ambas num vazio.
Ambas vivemo-lo;
Ambas sofremo-lo;
Ambas choramo-lo;

Mas...

Ambas continuamos a ser Amigas para sempre. E isso é que é tão importante!!!

Hoje, de longe mas tão perto, quero mandar-lhe um grande beijo de parabêns e desejar que ela entre sempre pela porta certa porque merece!

domingo, 17 de maio de 2009

PRÉMIO = ESTÍMULO = PRÉMIO!!!

Da minha querida amiga Luz recebi este "prémio". Para mim chamar-lhe-ia acima de tudo estímulo!

Deixar os dedos tentar acompanhar o que me vai no coração, sejam alegrias, recordações, motivações, assuntos para debater ou temas para reflectir e saber que isso "toca" alguém como ela deixa-me feliz. Mesmo muito feliz porque sei que ela é uma pessoa muito especial.

Não posso prometer mais nada a não ser continuar a escrever deixando os sentimentos, as emoções, as incertezas, as alegrias e tristezas fluir de forma tão normal como eu mas que a toquem sempre de uma forma tão especial quanto ela é!!!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

ARQUITECTOS

Como construir a sua moradia sem ter que aturar um arquitecto

"Quantas pessoas, quando chega o momento de construir a moradia com que sempre sonharam, não passam pela aflição de perguntar a si próprias: será que vou ter de aturar um arquitecto?Neste pequeno artigo, tentarei explicar como construir uma nova casa, sem se sujeitar às exigências de um desses profissionais. Para que o empreendimento seja levado a cabo com êxito há que fazer três importantes escolhas: estilo, técnico e empreiteiro.

O estilo

Eis-nos perante a primeira decisão a tomar - o estilo da casa. Felizmente não é difícil porque existem apenas dois: o tradici e o moderno, que vem colhendo cada vez mais adeptos entre os jovens.O tradicional caracteriza-se pelo típico telhado de aba e canudo, a janela de alumínio aos quadradinhos, a lareira de cantaria com a sua chaminé e o imprescindível barbecu, testemunho dos inumeráveis prazeres da vida rústica. Já o moderno é completamente diferente, tão diferente que até as coisas mudam de nome. O telhado desaparece, dando lugar à cobertura plana; a janela perde os quadradinhos e passa a chamar-se vão; à chaminé, em tubo de aço inoxidavel, chama-se fuga; e barbecu é um termo obsceno que deve ser evitado na presença das senhoras.Não existem, pois, quaisquer espécie de dúvidas quanto a questões de estilo - ou se é tradicional ou se é moderno, as duas coisas ao mesmo tempo é impossível.

O técnico

Escolhido o estilo, há que escolher o alfaiate, que aqui designaremos pelo técnico. Trata-se de uma escolha muito fácil, porque o que não falta são técnicos. Intitulem-se eles construtores civis diplomados, agentes técnicos de engenharia, electricistas habilitados ou desenhadores habilidosos, todos se regem pela mesma cartilha, a de João de Deus: o pinto pia, a pipa pinga... Não passaram cinco anos a estudar arquitectura? Não estagiaram mais dois? Que importa isso? Concentremo-nos apenas nas suas virtudes:1- Projecto elaborado em tempo recorde.2- Preço: 999 .Mas como conseguem eles ser tão eficazes? É simples: antes de encomendado, o projecto já está feito. Até parece milagre! Mas não é, o que se passa é o seguinte: o técnico tem duas pastas no computador, uma para projectos em estilo tradicional, outra para os modernos. Escolhido o estilo pelo cliente, é fácil, emenda daqui, remenda de acolá e, numa tarde, o projecto está feito! Para quê complicar?Mas o rapaz parecia semi-analfabeto, disse que não podia assinar o projecto, mas que havia outro técnico que podia.... Não é caso para preocupações, trata-se de uma situação corrente em que um técnico analfabeto paga a um técnico habilitado para que este, a troco de uns trocos, assine de cruz. Está tudo incluído no pacote e, (ironia do destino!), quantas vezes o técnico habilitado não é um arquitecto daqueles que faltaram às aulas de religião e moral...Aprovado o projecto, o técnico já não é preciso para nada. É dizer-lhe adeus que ele até agradece, porque de obra não percebe nada nem quer perceber, quem percebe disso é o empreiteiro a nossa terceira e última escolha.

O empreiteiro

O primeiro encontro entre cliente e empreiteiro costuma ser decisivo. É nele que terá de se estabelecer, entre o primeiro e o segundo, uma relação de confiança cega, em tudo semelhante à fé. A fé de quem acredita que, com um projecto feito por um técnico, que não especifica nada, que não pormenoriza nada e que não quantifica nada, não vai ser enganado por um homem que passa o dia a fazer contas de cabeça... Entre cinco pequenos empreiteiros, como escolher o indicado para construir a moradia? Infelizmente, chegados a este ponto, não posso recomendar senão fé, muita fé e confiança, porque tudo o resto é irrelevante:1- O valor do orçamento é irrelevante, foi feito com base no projecto do tal técnico, é um número atirado para o ar, um número que, com os imprevistos, há-de subir ainda umas quantas vezes.2- O prazo estabelecido para concluir a obra vai depender do bom ou mau tempo e, nesse capítulo, só Deus sabe.3- As garantias dadas são as que estão na lei - cinco anos. Se a casa apresentar defeitos, reclame; se a reclamação não for atendida, recorra ao tribunal (também pode recorrer ao pai natal se achar que demora menos tempo...)Em suma, não vale a pena perder tempo com ninharias, o mais importante é ter fé.
Conclusão

Se, apesar de conscienciosamente feitas estas três escolhas, as coisas não correrem lá muito bem, se a casa ficar pelo dobro do preço, se no Verão se assar lá dentro e no Inverno se tiritar de frio, se para abrir a porta do armário for preciso arrastar a mesa de cabeceira, se o vizinho protestar com o barbecu, se a cobertura plana meter água, não vale a pena desesperar, resta sempre a consolação de não ter tido de aturar um arquitecto.

"Rui Campos Matos, arquitecto (escrito para o Diário de Notícias da Madeira, secção Arquitectura e Território).

Como homenagem aos meus 2 arquitectos: Vabenne e Picollina.

sábado, 9 de maio de 2009

AMANTE

"Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um.
Há também as que não têm e as que tinham e perderam. Geralmente são estas últimas que vêm ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.
Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão"...além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, depois de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa destas?!".Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam nunca mais. As que decidem ficar e não fogem horrorizadas.
Eu explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona".É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes,em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido...
Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir vivendo".
E o que é "ir vivendo"? "Ir vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante, observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva.
"Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.Por favor, não se contentem com "ir vivendo".
Procurem um amante, sejam também um amante e um protagonista da vossa vida...
Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver, por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental: "Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso namorar a vida".

Autor desconhecido!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

RENASCER



Nem todos têm a sorte de passar por este "estado" ao longo da sua vida: eu tive!

Passados 16 anos lembro-me sempre com muita emoção e gratidão o dia 7 de Maio depois de uma operação de 12 horas e sem ter que aguardar no máximo 7 dias( tempo limite caso não sentisse parte ou partes do meu corpo ao acordar da anestesia) se me seria dado ou não o veredicto que não tinha ficado para ou tetraplégica para o resto da vida.

Foi-me dada uma oportunidade de dar o verdadeiro valor à vida. E se eu dei! E se eu tento sempre continuar a dar!

Lutei e continuo a lutar para, num profundo e eterno obrigado puder lembrar aqueles que mais próximo estiveram comigo e que sofreram pelo dobro naquele dia:

Mãe e Pai;
Vabenne;
Filhos (João, Rita e Afonso);
Prof(s). António Saraiva, Rui Vaz, Cerejo e Filipe.

Sei e fui sabendo que houve muitos amigos, conhecidos e até pessoas que nunca me tinham encontrado, fazendo uma corrente forte e solidária.

No bloco operatório, no meio da enorme concentração entre neurocirurgiões, anestesistas, enfermeiros e auxiliares, havia uma luz forte que a todos iluminava. Por isso é que neste mês e desde essa altura tenho sempre acessa uma vela 24 horas por dia.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

OS OPOSTOS

Há cenas que nos marcam de tal forma que não consigo controlar os meus sentimentos surgindo assim situações de empatia/antipatia, alegria/tristeza, carinho/desprezo, respeito/desrespeito, etc.

Trabalho numa clinica de fisioterapia onde, entre outras valências, existe a terapia da fala.

Um dos utentes é o João: 5 anos, pequenino e miudinho, com um ar maroto e um sorriso doce.

Dois dias antes do Dia da Mãe (convencionou-se ser no 1º domingo de Maio) trazia feliz, a sua prenda feita na escola para entregar com todo o amor, satisfação e orgulho à sua Mãe. Quando a viu chegar correu para ela e agarrou-se num forte abraço, às suas pernas.

- Larga-me João. És muito brutinho.
Diga-me terapeuta ele já diz mais coisas?
- Sim vai fazendo progressos semanais e hoje trabalhamos palavras com "R".

Entretanto o João já se tinha afastado e encostado à parede presenciava a cena com um ar tristonho.

- Oh Pedro (filho da terapeuta) não me dás um beijo? Chego e nem me cumprimentas?

Fiquei boquiaberta e não resisti em piscar o olho ao João que, continuando encostado à parede, olhava para a prenda que agarrava nas mãos.

Ainda hoje ao relembrar a cena não consigo conter uma lágrima que teimosamente quer saltar dos meus olhos mas estou certa que uma coisa não irei conseguir conter nem disfarçar a partir de agora: nos dias que vier à clinica terá sempre um mimo, um sorriso, um afecto da minha parte porque surgiu uma empatia tão forte com o João! Com a sua Mãe infelizmente o oposto: antipatia.