Partiram!
Foi uma semana em cheio e agora é o vazio.
Ouvir o movimento pela casa, o palrar constante, os sorrisos e os risos, as brincadeiras, as salas cheias com o correr, o saltar, os entretimentos sozinho ou com a avó, deixaram-me uma saudade imensa!
Não é por ser meu neto, mas é um poço de doçura e de alegria.
Estando eu limitada a uma cadeira de rodas temos uma empatia enorme. Não posso brincar às escondidas, não posso correr atrás dele para o encher de beijinhos, não posso tê-lo a meu colo e fazer o cavalinho, mas também não preciso pois ele faz-me tudo isso!
Esconde-se e aparece feliz, corre para mim para trocarmos miminhos e sentam-no ao meu colo e inventámos um cavalinho que o faz rir à gargalhada! Acha graça à cadeira a que chama "carro da avó", achando que os travões das rodas são as mudanças que ele maneja tão bem e empurrando damos umas voltinhas pequenas. Ao andarilho acha que é uma casinha e quantas vezes se senta envolto nele a brincar com os seus carrinhos ou sentado a pintar o seu livro de colorir.
E isto tudo me deixa tão feliz e com a certeza que ainda sou útil para o meu neto. Canto, entretenho-o para comer, brincamos, fazemos caretas um ao outro e somos cúmplices em tantas malandrices que ele faz!
Tenho tanta ternura que ainda não consegui encontrar um "petit nom" para o tratar: "estrufe", "pirralho", "pecheneca", Vaskotita, piolho, etc,etc,etc. Quando a ternura não tem limites tenho a tendência de arranjar "petit nom" como tenho para o marido e filhos. Ao Vasco Junior ainda não acertei!
Partiram ao fim de uma semana! Agora irei preencher os momentos com as magnificas recordações. Contudo não consegui, depois de saírem, conter as lágrimas todo o dia. Queria parar e elas escorriam-me pelos olhos.
Porque é que as coisas boas têm que terminar? Porque tenho os meus filhos tão longe? Porque é que depois de uma vida tão feliz "ela" agora não me proporciona a possibilidade de me deslocar sozinha e ir ter com eles?
Tantos porquês e porque não: eu posso! Tenho apoios, tenho facilidades nos transportes, tenho sítios preparados para me receberem onde eles estão a viver. Tenho é que perder o medo de incomodar, o medo de não me aventurar.
Meu querido neto, um dia destes a avó vai ter contigo!
8 comentários:
Minha querida amiga,
Você tem a chave para abrir essa porta e ir ter com eles.
Você pode e deve.
Arrisque.
Esses problemas de saúde dão em GENTE. Então, gente sabe como lidar com eles. E quando essa "gente" são nossos filhos e netos o amor fala mais alto sempre.
Acho que eles estão também precisando de ti.
Perto deles.
Pense nisso.
Amo essa amiga.
Beijinhos
Medo de incomodar os filhos! Eles ficam radiantes com a nossa companhia... Estou em casa da filhota mais nova, onde passo os dias sozinha com o gato (porque eles estáo a trabalhar), mas quando chegam, ao fim da tarde, são só mimos de parte a parte. Vá passar uns dias com eles e loeve o Vabene!
Luz
Se eu tivesse a chave minha querida...A chave é o amor que tenho por todos mas eu que fui sempre uma mulher super independente, a dependência bloqueia-me ainda mais do que devia. Tenho que descobrir o escondido "on" na minha cabeça. A mentalização é grande, tenho laivos de esperança, momentos de coragem e peço a Deus que me ajude nesta fase que atravesso.
Beijo
Dreamer,
Isso não tenho duvida que eles gostam da nossa presença! Eu é que me acho a mim própria um peso e vou adiando. Mas sei que isto piora mais a minha situação e portanto tenho que dar a volta!
Peço ao Vabenne e lá vamos os dois! Poderei partir com um certo receio mas depois não irei dizer: afinal é possível?
A apatia é que nunca foi boa conselheira.
Beijo
Te entendo e ainda digo você tem a chave...
Qual o problema em depender? Eles também não dependeram de você quando pequenos?
Acha que vai incomodar? Fique menos tempo. Mas vá.
Talvez o on esteja em enfrentar.
Beijinhos cheios de amor
Luz,
Pode mesmo ser que o "on" esteja no ir! Nada como experimentar!
Beijo
Só agora reparei que a resposta vai no blog que eu criei para o meu filho. Desculpa.
BACOUCA
Nada como ir, não empatas, não te encolhas, escolhe ser feliz algumas vezes por ano e eles também ficam felizes contigo...
Só é pena não poderes andar bem, mas, com amor tudo se resolve e ralmente perguntamos; porque estamos longe de quem amamos tanto? enquanto que há familias que vivendo tão perto, nem se suportam...
Um beijinho para ti e outro para esse doce pirralho que já nos enche o coração.
laura
Só venho deixar um beijinho, porque tanta pergunta merece melhor resposta. Já volto :)
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