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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Andava encantada com as diferenças que me surgiam constantemente: eram as cores garridas, os cheiros fortes, o movimento constante de pessoas, o barulhar interrupto de uma cidade que não dormia, as farmácias e mercearias com a diversidade de tons e produtos, os jardins públicos com a sua vivência tão própria, os mercados, os cabeleireiros, as ruas estreitas e misteriosas na zona dos tim-tins(antiguidades), o andar de riquechó, a indiferença dos chineses.

Passava horas no jardim Lu Li Miok, a ler, a escrever e a contemplar, numa zona serena, verde e com água, que me fazia esquecer, os prédios altos e amontoados e o burburinho das ruas ali mesmo ao lado. Não havia quase nenhum ocidental e os chineses que o frequentavam ou faziam a sua ginástica, passeavam os seus passaros dentro de lindas gaiolas ou jogavam. Momentos inesqueciveís de paz, serenidade, encontro.

No mercado, onde o barulho das pessoas e animais era grande, deparei-me com "mercadoria" que nunca pensei ver para se comprar e...comer: gatos, cães, peixes cortados a meio mas ainda vivos, legumes e especiarias diferentes, ovos frescos e podres: os peixes estavam vivos dentro de tanques e depois de escolhido e pesado era morto com uma pancada forte e certeira na cabeça; as codornizes saltavam vivas dentro de sacos de plástico completamente sem pele nem penas; tudo o que fosse animal tinha que estar vivo para se ter a certeza que era fresco!
Contudo havia produtos que quanto mais podres estivessem melhor.

Os cabeleireiros, com a suas sinalizações características à porta( uma espiral em azul branco e vermelho, em movimento) eram um relax para o corpo e alma. Eram geralmente só homens. A cabeça era lavada com a pessoa sentada na cadeira (iam metendo o shampoo e água aos poucos sem derramar uma gota para a cara) e estavam quase 30minutos a "esfregar" docemente fazendo ao mesmo tempo uma massagem ao couro cabeludo e pescoço. Em seguida era deitada numa espécie de "chaise longue" onde a cabeça encaixava no lavatório para tirar o shampoo. Aí nova massagem e só paravam quando o cabelo "chiava" de tão bem lavado! A secagem era normal. Conhecendo isto quem consegue lavar a cabeça em casa? Eu nunca mais!!!

2 comentários:

mike disse...

Bom... eu, como não conheço isso, lá vou lavando a cabeça em casa. (muitos risos)
Xi. :)

Bacouca disse...

Mike,
Isto, dos cabeleireiros só faz as delícias das senhoras. Não o vejo relaxado, com um homem a esfregar-lhe a cabeça durante 30 minutos com direito a massagens...Já outro tipo de massagens (e bem decentes) não duvido que gostaria.
Xi:)