Depois de apanhar o Sud-Express, no Porto, tivemos pela frente, quase dia e meio de viagem até chegar a Toulouse. E não foi em carruagem cama...
Dirigímo-nos para um parque de campismo e aí montamos a nossa "casa". O Vabenne tinha umas cartas de recomendação mas era preciso, para nos estabelecermos e ele pagar a continuação do curso de arquitectura, também arranjar um trabalho. Percorri vários anúncios, colocados perto da reitoria da faculdade,mas se havia para um não havia para o outro.
E no fim do dia lá regressávamos ao nosso "lar doce lar". Era tão pequeno que tínhamos que o ter sempre arrumado!
No 4º dia haviamos decidido que,dado não termos encontrado emprego, iríamos partir no dia seguinte para o Luxemburgo. Toulouse era (e é) muito bonita, o Vabenne tinha gostado das 1ªs impressões da faculdade, mas estava "no ir"!
Enquanto eu arrumava as mochilas o Vabenne pôs-se a ler, à entrada, o "Canard Enchané" dado na faculdade. Em frente à nossa tenda estava uma roulotte toda sofisticada. Já tinha reparado nela, unicamente, pela mesa e cadeiras que tinham cá fora para as refeições com o devido petromax (nós jantavamos sentados no chão que por vezes, ao fim do dia era pouco confortável...!).
Oiço o Vabenne explicando que éramos portugueses, que no dia seguinte íamos partir para o Luxemburgo e a agradecer o convite para o jantar...(começava a nossa vida social pós matrimónio...).
Continua...a lua de mel!!!
6 comentários:
Sei bem o que é dormir e comer no chão, experiência dura para quem ficou sem nada. Depois, fizemos campismo cá em Portugal, mas tínhamos outras comodidades. Começámos com uma tenda de dois quartos, uma combi, uma caravana, até que disse não querer mais. E começámos a passar as férias em casas alugadas, pois os ossos já estavam a dar de si...
Dreamer,
Quando se tem 20 anos, tudo se aguenta melhor! Tanto que para mim, ainda estava em lua de mel...!
Eu também sei o que é perder tudo, quando tudo se tem: o Pai só trouxe a chave de casa...
Um beijo
Bacouca, referes-te a casa em Angola? nós demos a maioria das coisas e embalamos as que tinhamos, já depois do 25 de Abril, e de camionete até o meu enxoval lá chegou em perfeito estado e a slouças d amãe nem um copo se partiu..eu e mãe mano, em dias diferentes, fomos de avião..quando estiver contigo lembra-me para te contar como foi a minha entrada em Johannesburgo sem saber patavina de Inglês, apenas dizia alô thank you e bye bye..só ouvindo se vê que a Mão do PAI estava comigo e nunca me desamparou...fui sozinha ter com eles, de Luanda...
e já agora o teu homi é Franciú? pelo nome...
beijinhos..
Laura,
Sim a casa em Angola. A Mãe e as minhas irmãs vieram logo após o 25/4. Eu estava a estudar na Rodésia e vim em Julho/Agosto. O Pai vinha cá de 3 em 3 meses mas nunca pensou deixar Luanda. Ate que um dia foi metido num avião por um elemento do governo e só trouxe a chave de casa...
A tua ida para Johannesburg foi uma aventura..
Não o meu marido é português e chama-se Vasco. O Vabenne ficou desde que a nossa filha foi para Itália e lhe pergunta: como vai Pai? Vabenne (vou bem!).
Beijo
Que bela aventura descreveste aqui,
quando amor,
quanto sonhos realizados.
Abraço forte
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