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quarta-feira, 28 de maio de 2008

GENTES DOMUNDO PROFUNDO

Como já se vai tornando habitual, às quartas feiras recebo o meu itinerário para durante dois dias efectuar a supervisão da entrega de um semanário. Semanário esse que é distribuido por terriolas, aldeias, e vilas do Portugal profundo. Tão profundo que na maioria das vezes as ruas,onde é usual só passar um carro que pode muito bem ser de bois, ainda não tenham nomes e as casas números de porta atribuídos, mesmo que, por ironia do nosso país, passe perto uma via rápida(SCUT)!

Os mapas que me são entregues são rudimentares e mesmo que o não fossem, penso que teria a mesma dificuldade em encontrar os pontos de referência, pois o meu sentido de orientação é muito fraco! Noutra ocasião descreverei como velho é o ditado: quem tem boca vai a Roma!.

Contudo parto sempre entusiasmada com o sentido de aventura que este trabalho acarreta! Aventura por conseguir chegar aos sítios, por descobrir zonas aqui tão perto e em simultâneo tão recôndidas dos circuitos normais, por disfrutar de uma paisagem tão bonita e genuina e, "the last but not the least", as pessoas que tenho que contactar.

Pessoas que vivendo no seu isolamento têm o coração aberto que se transmite pela confiança espontânea para um estranho, por um "bom dia" feliz, um sorriso franco, a porta da sua humilde casa aberta para um desconhecido e a alegria de serem abordadas para responder a um número determinado de perguntas interrompendo por vezes, tempo ao seu labutar! Que lição a qualquer citadino!

Quando regresso a casa, pela via rápida,(!) trago aqueles rostos na memória e a sua maneira de lidar com o próximo no coração! Como por exemplo o Sr. António, que respondendo feliz ao questionário se vira para mim com o seu olhar doce e me pergunta:menina quanto tenho que lhe pagar para ir buscar o dinheiro?

Por favor, respeitemos e não enganemos as nossas gentes!

1 comentário:

Anónimo disse...

o Sr. António, genuíno português, no sentido que isso ainda possa ter acha que fica a dever dinheiro porque todos os dias ouve os noticiários da televisão, incluindo a que é paga pelos nossos impostos dita de "serviço público", a falar de dinheiro, inflação, pib, impostos, cobrança coerciva, etc.ficando a ideia que quem manda é, esse mesmo, o pagamento.