As aulas começaram ontem e como dizem que, com a idade, recuamos com mais facilidade para as recordações mais antigas (!), deve ser por esse motivo que me lembrei de escrever este post.
"Vi" logo a caixa de madeira com um ou dois andares, onde se guardavam os lápis, a borracha, o afia lápis e a caneta (nada de esferográficas). depois a pasta de couro, para durar a primária e o secundário onde eram guardados os livros e cadernos, cuidadosamente encadernados pela Mãe (na primária) ou por mim.
Sinto ainda o cheiro da caixa reforçada pelo conjunto do material, principalmente a borracha!
Também adorava folhear os livros e meter lá dentro o nariz! Depois havia todo o cuidado com a bata. Não foi por ter andado em colégios particulares onde era obrigatório, mas acho o processo mais democrático que há: não havia cá roupas de marca nem passagem de modelos, ficando muitas meninas a olhar...Vestíamos todas igual!
Fui sempre uma aluna mediana, malandra e tirando partido das situações!
Na primária há três coisas de que me recordo:
- as aulas de ballet;
- o lanche dado a meio da manhã com o delicioso
sumo de laranja;
- a cena que fazia para a professora ter pena de mim, quando não tinha feito os deveres ou não sabia a matéria: olhava para o dedo mindinho e era certo sabido que começava a chorar...pois fazia-me imensa pena de 5 aquele ser o mais pequenino, indefeso!
Esta atitude dava para um estudo de psicologia mas a verdade é que resultava: a professora não me ralhava nem punha de castigo!
Depois do 1º até ao 5º ano fui para o colégio S, José de Clunny, em Luanda, com uma interrupção no 4º ano, que fiz no colégio Nª. Sra. do Rosário na Foz.
Deste último, recordo-me do divertimento que era na carrinha que nos ia buscar a casa e à saída com os meninos do colégio dos maristas ali ao lado! Era ver quem levava mais piropos! Para mim de muitos(!) o que mais me marcou foi de 2 rapazes em que um comenta para o outro: e quer o meu pai que eu vá para padre!!!
No colégio, em Luanda, as histórias foram muitas! Já aqui contei a redacção sobre o pirilampo,
mas muitas outras ficaram guardadas na caixinha deliciosa das traquinices com as freiras e professoras. Algumas até mázinhas!
Fico tentada a mencionar pelo menos uma. Havia uma professora que não rapava os pelos debaixo dos braços. Fazíamos apostas para ver se era capaz de chegar ao pé dela, sentada na sua secretária e dizer: Sra. Prof. mostre-me os seus tufos! Claro que eu dizia isto tão depressa que ela perguntava: o quê??? - Tenho uma dúvida e gostava que me esclarece-se - respondia eu. A turma fazia um esforço medonho para conter a gargalhada e eu ganhava a aposta!
Como o colégio só tinha até ao 5º ano fui para o Liceu D. Guiomar de Lencastre acabar o liceu. Julgo que já estava "cheia" de traquinices que pouco me recordo deste período. Ainda frequentei o 1º ano de Economia mas depois fui estudar para a Rodésia, em Salisbury.
Que belos tempos esses, mas só para maiores de 21 anos. Um dia pode ser que resolva contá-los...
Conclusão: as recordações são óptimas do tempo de estudante, as minhas melhores amigas são desse período e mesmo ligando pouco aos estudos, na minha vida profissional como secretária, posso dizer sem vaidade, que foi difícil ir mais longe!
3 comentários:
Também andei dois anos no Colégio de S. José de Cluny. Não me recordo de muita coisa desse tempo. Só me lembro da Madre Helena (a quem chamávamos madrilena), que nos fazia a vida negra. Depois fui interna para Sá da Bandeira, para as Doroteias, e daí tenho muitas recordações e amigas.
Dreamer,
Das freiras só me lembro da Madre Paula e da Madre Inês. Talvez por serem as que metiam mais respeito e estavam sempre à nossa "perna"!!!
Beijo
Bacouca
deves ter sido uma aluna muito dedicada, pois aquilo que aprendeste na época, reflete na pessoa que és hoje, uma amiga dedicada e muito querida!
Um abraço forte da sua amiga brasileira que muita te estima
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