Como nós o percebemos tão bem!!!
"Quando te disse que era da terra selvagem
do vento azul e das praias morenas...
do arco-íris das mil cores do sol
com fruta madura e das madrugadas serenas....
das cubatas e musseques
das palmeiras com dendém
das picadas com poeira da mandioca e fuba também...
das mangas e fruta pinha
do vermelho do café
dos maboques e tamarindos dos cocos, do ai u'é...
das praças no chão estendidas com missangas de mil cores
os panos do Congo e os kimonos
os aromas, os odores...
dos chinelos no chão quente
do andar descontraído
da cerveja ao fim de tarde com o sol adormecido...
dos merenges e do batuque dos muquixes e dos mupungos
dos imbondeiros e das gajajas da macanha e dos maiungos.
da cana doce e do mamão da papaia e do cajú....
tu sorriste e sussurraste
"Sou da mesma terra que tu!"
4 comentários:
Olaré..
Sou da mesma terra que tu
pisei o mesmo chão vermelho que tu
dancei no terreiro ao som do batuque
endoidei nas noites de lua cheia
rolei nas areias douradas
das praias desertas
percorri a savana
entrei nas florestas
vivi a vida por uma fresta
das cubatas limpas
onde o cheiro a dendê
entrava por mim...
Ah, como é bom relembrar a terra amada...
Uma poesia que fiz quando comecei a escrever aos 55 anos...
Quando eu morrer, por favor
Não me enterrem..
Deem-me ao fogo ardente
Que arde sem queimar
meu corpo, incadescente....
Quando eu morrer, por favor..
Não me enterrem
Peço-vos filhos queridos
E aos meus amigos....
Deixem que arda até ser pó,
depois repartam ao meio...
Deitem metade na terra que me recebeu
em seu seio!! (Valença)
E a outra metade, levem-na
Ou peçam a qualquer viandante
Que vá para a minha terra distante.. (Luanda)
E me espalhem, sobre a terra, sobre o mar...
Pois foste tu, Luanda
A única terra que mais profundamente
Me soube amar!!
beijinhos da laura
Laura,
Comovente o teu poema! Também fui tão feliz em Angola. As minhas raizes profundas ficaram lá... mas em troca, aquela terra deu-me um "tronco" forte como o embondeiro.
Um beijo
Realmente o poema "Um beijo sem nome" é fantastico e é de Ana Paula Lavado. Enviei para muita gente e se calhar até para ti. Se puseres no google o nome do poema vais encontrar algumas notas sobre o dito. Bjinhos.
Victor,
Muito obrigado pela tua indicação. Quem sabe se não me foi enviado por email?
Um beijo
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